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24 de nov. de 2008

20 de Novembro-José António Presente!

Cárcere de Alicante, madrugada de 20 de Novembro de 1936.
O carrasco abre a porta de uma das muitas celas e diz secamente: - Vamos!
Lá dentro, um homem de rosto sereno levanta-se da cadeira e sai á frente do homem que lhe ordenara que saísse. Lentamente percorre os corredores da cadeia onde esteve aprisionado e onde foi julgado e condenado á morte sem culpa formada, apenas pelo crime de ter fundado um partido politico, e dirige-se para o pátio da cadeia onde o aguardam mais quatro prisioneiros que iriam ter a mesma sorte. Após o oficial dar ordem para apontar as armas, o homem de rosto sereno retira um crucifixo do bolso e beija-o com terna devoção. Ao guardar o mesmo, o oficial prepara-se para dar a ordem para disparar e o homem levanta o braço e grita pela última vez Arriba Espanha!
As espingardas disparam e as balas atravessam o seu coração, pondo fim á curta vida do fundador da Falange.”
Foram assim os derradeiros momentos de José António Primo de Rivera, o fundador da Falange Espanhola das JONS, a quem as balas marxistas ceifaram a vida quando contava apenas 33 anos de idade.
Mas quem era na verdade José António? Que ideias defendia? Quais as razões que contribuíram para o seu assassinato? São perguntas para as quais ainda hoje se procuram respostas concretas.
José António Primo de Rivera Saenz de Heredia nasceu em 24 de Abril de 1903 na capital de Espanha era filho do histórico general Miguel Primo de Rivera. Após ter cursado Direito e ficar formado como advogado, este homem dedicou-se á politica, tendo feito parte de algumas organizações politicas que marcaram a Espanha dos anos 30.
Colaborou também em vários jornais, sendo de destacar de entre estes o jornal “La Nacion” , para onde também escreveram políticos eminentes como Calvo Sotelo e “FE”, orgão informativo da Falange.
Em 29 de Outubro de 1933 era fundada no Teatro de La Commedia em Madrid a Falange Espanhola, que mais tarde se uniria ás JONS-Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalistas, um grupo nacionalista fundado em 1930 por Ramiro Ledesma e Onésimo Redondo, passando então a designar-se de Falange Espanhola das JONS.
A Falange defendia um conceito politico completamente diferente dos outros partidos políticos dessa conturbada década de 1930. Era um movimento de ideologia profundamente nacionalista, na linha do Nacional-Sindicalismo, uma doutrina em que se destacam pontos como o patriotismo e o corporativismo. Esta última visava o fim das lutas “classistas” entre o patronato e a classe trabalhadora.
A doutrina de José António pode ser resumida nestas linhas: “Que ninguém imagine que recrutamos homens para oferecer recompensas; que não passe pela cabeça de ninguém que unimos as nossas forças na defesa de privilégios. (…) Lutamos sim, para instaurar um estado totalitário, capaz de derramar os seus benefícios tanto sobre os humildes como sobre os poderosos”.
E está resumida toda uma doutrinação.
E o resto da história já se conhece. Em 1936 a Falange foi declarada ilegal pelo governo esquerdista da Frente Popular de Madrid, apesar de alguns falangistas, incluindo o próprio José António, terem sido DEMOCRATICAMENTE eleitos para a Assembleia da República espanhola.
Após ter estado inicialmente detido na prisão de Madrid, esteve posteriormente detido no cárcere modelo de Alicante onde foi julgado e condenado á pena de morte por fuzilamento, sem ter culpa formada. Juntamente com ele foram assassinados quatro patriotas do povoado alicantino de Novelda.
Com a morte de José António e dos outros fundadores da Falange as aspirações nacional-revolucionárias ficaram sepultadas para sempre. Mas a sua memória e a sua eterna mensagem permanece viva naqueles que volvidos mais de setenta anos do desaparecimento físico de Primo de Rivera continuam a professar com orgulho os ideais falangistas. Que o sangue de José António, Ruiz de Alda, Onésimo, Ramiro e de tantos falangistas tombados pelos seus ideais não tenha sido em vão.
Por isso hoje mais que nunca gritamos: José António Primo de Rivera Presente!

Crónica publicada no jornal "Noticias do Vale" no dia 20 de Novembro de 2008