NS

NS

1 de jun. de 2011

Crónica

Monsenhor Marcel Lefébvre
Nos 20 Anos da sua Morte

Abordar a polémica figura de Monsenhor Marcel Lefebvre nestes tempos que correm não é nem nunca foi tarefa fácil.
De facto, por incrivel que pareça, volvidas duas décadas após a sua morte, raros são os católicos que ouviram falar da sua figura, e muito mais raros são aqueles que partilham das suas ideias. Não é que eu seja um adepto fanático dos ideais que levaram Mons. Lefebvre a ser aquilo que foi, mas contudo não posso deixar de lhe dar razão em algumas das suas ideias.
Mas, antes de tudo, quem foi Monsenhor Marcél Lefebvre?
Nascido em França no ano de 1905, ingressou no seminário e prosseguiu os seus estudos teológicos sob a orientação do pensador anti-modernista P. Le Floch. Após a sua ordenação como presbitero, ingressou nos Missionários do Espirito Santo (Espiritanos), vindo a partir para as Missões, primeiro no Gabão e posteriormente em Dacar.
Na sua ordenação como bispo, ocorrida em 1947, proferiu um discurso no qual agradeceu ao P. Le Floch tudo aquilo que este lhe tinha ensinado, o que não foi do agrado do Núncio Apostólico em Paris, Cardeal Roncalli, que nos anos 60, enquanto Sumo Pontifice com o nome de João XXIII, viria a convocar o concilio Vaticano II, cujas reformas instituidas foram determinantes para as posições que Mons. Lefebvre viria a assumir contra as tendencias modernistas da Igreja.
Devido ao seu grande e fervoroso zelo apostólico, foi-lhe concedido por Pio XII o honorável titulo de Vigário Apostólico para a África francófona.
Nesses tempos, Marcel Lefebvre opunha-se á constituição duma hierarquia episcopal em indigena, que tornaria a Igreja africana autónoma da missionação europeia, uma vez que considerava que o momento não era o mais apropriado para a transição, visto que na sua óptica aqueles paises não se encontravam verdadeiramente amadurecidos para a transição, o que se viria a confirmar com o correr dos anos.
Afastado do cargo por causa deste motivo, abndonaria o país onde se encontrava, o Senegal, tendo ganho o respeito de grande parte dos senegaleses, até mesmo dos muçulmanos e dos animistas.
De volta a França, foi nomeado bispo da diocese de Tulle, ocupando esse cargo durante seis meses, uma vez que em Julho de 1962 foi eleito Superior-Geral dos Missionários do Espirito Santo.
Devido á corrente marcadamente progressista que grassava na congregação viria a demitir-se do cargo, uma vez que se tinha incompatibilizado com os “novos ventos” que sopravam naqueles dias.

(Continua na próxima edição)

Publicado no "Noticias do Vale" no dia 28 de Abril de 2011