"Os falangistas eram nacionalistas-revolucionários, anticonservadores, partidários duma revolução social, da nacionalização dos Bancos, da reforma agrária. Aproximavam-se, ideologicamente, dos fascistas italianos do período fundacional. Recrutavam os seus militantes entre os estudantes universitários, tinham também muitos adeptos operários e agricultores. Tinham uma linguagem poética e violenta que lembrava os aforismos de Nietzsche. Mas, ao contrário do pacífico filósofo de Para além do bem e do mal, confirmavam essa linguagem em duríssimas refregas em que geralmente morriam e matavam. Eram eles quem pagava com violência a violência que vinha dos anarquistas e de alguns sectores socialistas."
Jaime Nogueira Pinto
António de Oliveira Salazar - O outro retrato